Nada a dizer

Para quem não tinha nada a dizer, bem que fiz um grande testamento, preparam-se...
Aqui fica:

Há certos dias, certas horas, certos momentos em que nada temos a dizer, em que não sentimos qualquer vontade, ou impulso em dizer o que sentimos, ou não o conseguimos expressar, por uma razão ou por outra, as palavras simplesmente não nos saem. Isto acontece não só no dia-a-dia, quando estamos com aqueles de quem gostamos, quando estamos com os nossos amigos, como também quando nos sentamos para escrever um poema, ou qualquer outro texto em que tentamos transmitir o que sentimos através de palavras. Se com os amigos isto não é muito grave, porque eles sempre vão puxando temas de conversa e sempre vamos pondo a cabeça a funcionar e dizendo aquilo que pensamos sobre os mais diversos temas... Mas isso é a conversa banal que apenas serve para cimentar relações e amizades, essas conversas nada têm de "profundo", "tocante" e muito menos relevante ou sequer transmitem uma ideia que levou algum tempo de reflexão. Simplesmente dizemos o que achamos sobre determinado assunto, contamos histórias que se passaram connosco, entramos algumas vezes em discussões politico/sociais, mas nada de palavras e ideias do ponto de vista artístico.

E é disso que sinto falta, ao longo da minha vida sempre tenho sentido inspiração a correr-me pelas veias, que me levam a escrever "coisas" que ambicionam pertencer à categoria de "Arte", sejam eles poemas, dissertações, ou simples textos com pretensões humorísticas...
De há algum tempo para cá, tudo isso me passa ao lado, o que ainda se vai safando +- são alguns textos humorísticos, um dos quais já anda por ai, e em breve espero mostrar-vos essa "pérola". Tirando o humor, a minha imaginação está no zero absoluto (não, não nos "zero graus negativos" anunciados pela TVI), mas sim no "zero absoluto" que em física corresponde ao estado da matéria em que os átomos estão completamente parados, não havendo colisões, e portanto não havendo calor, isto corresponde em graus Celsius a qualquer coisa como -270º(aproximadamente), e até agora nenhum cientista conseguiu descer qualquer objecto a essa temperatura, será que querem experimentar com a minha imaginação??

Findo com esta pergunta retórica de solução muito simples: a imaginação sendo metafisica, tal como a alma, e tal como Deus, não tem qualquer representação física, ou seja, não existe no sentido que não podemos, tocar, cheirar, ver, etc...

E já agora, outra pergunta retórica para a "viagem":

O que devo fazer para a imaginação voltar, sabendo que ela se foi precisamente há +- 2 anos atrás, quando deixei de ver a Catarina quase diariamente? Mudar-me para o curso dela, ou espera-la todos os dias à porta de casa, ou simplesmente esquece-la?
(Esta pergunta é para vocês responderem nos Comentários)

Abraços e lembrei-me hoje que tenho sido "machista" e não tenho mandado beijinhos para as potenciais leitoras deste Blog,
Carlos Pina,
O Homem que imagina ...