domingo, maio 01, 2005

A Natureza da Vida

Aqui fica o conto:

A Bola e o Zen

Certa vez, enquanto o velho mestre Seppo Gisen jogava bola, Gessha aproximou-se e perguntou:
"Por que é que a bola rola?"
Seppo respondeu:
"A bola é livre. É a verdadeira liberdade."
"Por quê?"
"Porque é redonda. Rola em toda parte, seja qual for a direção, livremente.
Inconsciente, natural, automaticamente."
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E aqui fica o comentário:
Porque a vida é assim, e por mais que vos custe, parece que por mais que a contrariemos, ela faz sempre de nós o que ela quer.
Parece que tão novo já estou a entrar naquilo que chamamos "conformismo".
Por mais imans, e forças electromagnéticas que criem à volta da bola, ela vai sempre tender a rodar, "inconsciente, natural, automaticamente", podem num determinado momento contraria-la, mas não o podem fazer todo o tempo, mal se descuidam lá segue ela o seu caminho predestinado.
Lembro-me de ler uma banda desenhada do Calvin & Hobes:
H(Numa noite estrelada): Acreditas no destino, ou em algum ente superior?
C: Não.
H: Porquê?
C: Porque não me agrada a ideia de não controlar o meu proprio destino.
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E concordei, confiante e convicto de que não só poderia controlar/mudar o meu proprio destino, como o destino do Mundo.

Hoje parece que tudo não passa de ilusão, que o que tem de acontecer, acontece mesmo.
Que por mais que nos esforcemos para tentar atingir determinado objectivo, se não estiver predestinado, não vai acontecer, e se estiver escrito, não vale apena fazer muito esforço porque mais tarde ou mais cedo vai acontecer.

Não é uma visão muito optimista, e até pode ser vista como a "visão dos fracos" dos que não ambicionam, dos "pobres de espirito" que não conseguindo fazer mais nada, simplesmente se resignam e deixam as coisas passar. É assim que me sinto hoje... Talvez amanha seja diferente, "se Deus quiser", se assim tiver que ser... Porque a mim não me apetece fazer nada para muda-lo...

E voces, acham que têm vontade própria para escrever aqui um comentário, ou simplesmente já estava no vosso fado fazerem-no?

Abraços,
Carlos Pina,
O Homem que já não Domina.