quarta-feira, abril 20, 2005

Os Bonecos

Porque às vezes há certas pessoas que parecem mesmo uns Bonecos, e este Post não é em especial para nenhum episodio do meu passado recente, simplesmente gostei do koan.

Para todos os Bonecos:

Eis aqui a história do monge Zen Hotan.
Hotan ouvia as preleções de um mestre. Na estréia das palestras, a assistência foi numerosa mas, a pouco e pouco, nos dias seguinte, a sala se esvaziou; até que, um dia, Hotan ficou só na sala com o mestre. E este lhe disse:
- Não posso fazer uma conferência só para ti; de mais a mais, estou cansado.
Hotan prometeu voltar no outro dia com muita gente. Nesse dia porém, voltou só.
Não obstante, disse ao mestre:
- Podeis fazer a conferência hoje, porque eu trouxe numerosa companhia!
Hotan trouxera bonequinhas, que espalhara pela sala. Disse-lhe o mestre:
- Mas são apenas bonecas!
- Com efeito, - respondeu-lhe Hotan. - mas todas as pessoas que aqui vieram não são mais do que bonecas, pois não compreendem patavina dos vossos ensinamentos.
Só eu lhes compreendi a profundeza e a verdade. Mesmo que muita gente tivesse vindo, serviria tão-somente de enchimento, decoração, vazio sem fundo.


Abraços,
CP.

quarta-feira, abril 13, 2005

Objectivos de Vida

Acho que estão a "ocidentalizar" demais a reflexão sobre estes contos.
Estes contos não são para ser coompreendidos no sentido que não se se podem expremer e tirar uma "moral". Estes contos são pequenas histórias que não se podem induzir uma conclusão. São demasiado ambiguos e nada pretensiosos quanto a esse aspecto, os ensinamentos são vagos e são mais como uma "quebra-cabeças" para a mente, não um quebra-cabeças vulgar que resolvamos com algum estudo ou prática. Um dos temas mais falados nestes contos é o Satori, ou Nirvana, um estado de mente em comunhão com o Universo que leva equilibrio total do homem com o mundo que o rodeia. O maior desafio é atingir essa Satori já que não existem regras nem passos para o atingir e tanto se pode atingir indo de A para B, como de B para A.
Portanto parem de tentar tirar a lógica dos contos e parem de insultar os caros leitores que não percebem, porque isto não é para perceber...
E já agora, aqui fica mais um:

Um discípulo foi ao seu mestrer e disse fervorosamente:
"Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?"
A resposta domestre foi casual:
"Uns dez anos..."
Impacientemente, o estudante completou:
"Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?"
O mestre pensou um pouco e disse suavemente:
"Vinte anos."

Abraços,
CP.

quinta-feira, abril 07, 2005

O Segundo Koan

Nan-In, um mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), recebeu um professor de universidade que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas.

Nan-In, enquanto isso, serviu o chá. Ele encheu completamente a xícara de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda.

O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse:

"Está muito cheio. Não cabe mais chá!"

"Como esta xícara," Nan-in disse, "você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como posso eu lhe demonstrar o Zen sem você primeiro esvaziar sua xícara?"

Abraços, CP.

domingo, abril 03, 2005

O Primeiro Koan

Tanzan e Ekido certa vez viajavam juntos por uma estrada lamacenta. Uma pesada chuva ainda caía, dificultando a caminhada. Chegando a uma curva, eles encontraram uma bela garota vestida com um quimono de seda e cinta, incapaz de cruzar a intercessão.

"Venha, menina," disse Tanzan de imediato. Erguendo-a em seus braços, ele a carregou atravessando o lamaçal.

Ekido não falou nada até à noite em que eles atingiram o alojamento do Templo. Então ele não mais se conteve e disse:

"Nós monges não nos aproximamos de mulheres," ele disse a Tanzan, "especialmente as jovens e belas. Isto é perigoso. Por que fez aquilo?"

"Eu deixei a garota lá," disse Tanzan. "Você ainda a está carregando?"


(Desculpem o português do Brasil, mas é difícil "traduzir" o texto, mantendo a arte da escrita)

Mudar de vida

Chegou a altura de mudar…
Existem certos momentos em que temos que pegar na vida, vira-la ao contrário, abana-la e ver o que é que ela tem para nos oferecer… Não podemos continuar à espera que os dias passem e que as coisas aconteçam. Não podemos continuar a fazer planos para o futuro, sem modificar o presente!
Vocês não sei, mas eu não posso continuar na situação em que me encontro. Estou com uma mão vazia, mas que está impregnada com todo o cheiro do meu passado.
Chegou a altura de lavar as mãos e seguir noutro rumo.
E o Carlos Pina, e o seu discurso não é de maneira nenhuma compatível com isso, o melhor agora é adormecê-lo por uns tempos, e voltar, um dia, quando me sentir mais “Carlos Pina, o Homem que Domina” voltarei.

Portanto, a partir de hoje, e sendo o meu desejo adormecer isto, vou apenas “postar” coisas escritas por outros, e com especial incidência em koans, ou seja Contos Zen (uma filosofia do Budismo). Retirados desta página: http://www.nossacasa.net/shunya

Podem aqui em baixo consultar já o primeiro conto…
(Ainda não pensei com que frequência hei-de por aqui os contos, alguma sugestão, 3 dias?)

Abraços,
CP.