terça-feira, janeiro 31, 2006

Rapidinha...

Vou-te oferecer um livro no Natal.
Resposta: Não é preciso, já tenho um...

Abraços,
Carlos Pina, o Homem que domina.

sábado, janeiro 21, 2006

Não se vê, não se cheira, não se ouve

"Não se vê, não se cheira, não se ouve. Mas Mata!"

Esta é fácil:
É o Homem-Invisível com o novo desodorisante Rexona, e uma "Smith & Wesson" com silenciador!

Abraços,
Carlos Pina.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Tudo o que eu queria dizer

Tudo o que eu queria dizer sobre Portugal, e algo mais, em que nem sequer tinha pensado, está aqui.
Já tinha pensado em dizer coisas parecidas, mas agora não vale a pena, está tudo dito:
(E eu que pensava que este gaijo só tinha jeito para fazer rir)

Portugal dos Pequeninos

Somos pequeninos, e gostamos disso. É assim que somos. Cada um de nós vive numa bolha Actimel que lhe sacode o "próximo" dos ombros. Pouco nos acorda se está alguém caído no chão, ou se estamos a 15 km/h, de charuto lambido na boca, a conduzir o nosso Jacuzzi numa faixa única de rodagem.
Nada.
Temos a boa educação a espreguiçar-se no bolso de trás das calças.
Temos medo de quem vive nesta betoneira de indiferença que é o povo português. Medo que o civismo e a simpatia nos cause febre alta e nos leve Vick ao peito.Medo dos outros "nós".
Bem sei que o tabaco mata, mas a falta de educação mói. Muito. Gabamo-nos das excepções. "Hoje um senhor foi muito simpático comigo, até me ajudou a levantar depois de me ter dado com a testa num poste". E estoiramos. Fazemos disso um fogo de artificio a ser mastigado num jantar pós-laboral.
Somos pequeninos, mas é por dentro. Nas nossas cabeças. Tornámo-nos bestas de cimento, bem cinzentas e frias, com suores que alguém nos fale na rua e nos obrigue a mostrar mais do que o cieiro. Somos demasiado importantes para quem carece de importância. Temos mais do que fazer. Não ganhamos nada com isso. Se fossem quadradinhos de queijo, ou um sumo novo de maçã e canela a ser oferecido numa mesinha ajeitada de um qualquer supermercado, aí tinhamos um ajuntamento digno de cordão policial. Acotovelavam-se caras para saciar uma sede que nunca tinha nascido. Gostamos muito de coisas dadas. Não porque gostemos ou nos faça falta, mas porque... são dadas. Se dessem frasquinhos da Vista Alegre com gotinhas de Hepatite C, estávamos lá batidos. Faz-nos crescer 5 cm e levantar o queixo do chão. O saber estar e respeitar, esse, já dói dois palmos acima dos rins. Já lateja quando muda o tempo. É melhor não mexer, que alguém há-de arranjar. Somos pequeninos, e julgamo-nos em tripés.E não me venham com merdas que é a crise. Conheço pessoas que vivem com 40 contos por mês (sim, na moeda antiga), e romperam a bolha Actimel. Todos temos os nossos problemas, doa a quem doer. Se repararem bem, ter civismo e boa educação, ainda não se paga. Há-de lá chegar, mas enquanto chega e não chega, aproveitem. Pode ser a melhor coisa que fazem por quem tropeçar nos vossos olhos.
Para compensar tudo isto, tomamos medidas, e tornamo-nos irreverentes conformistas. Dos que arrepanham um estalo num lado da face e passam Nivea na outra, para preparar o que aí vier. E revoltamo-nos... mas por acabar o Nivea.
Somos directos e fortes, mas nas mesas de café. Aí, mudamos o mundo. Elegemos presidentes, rasgamos as costas dos amigos, acendemos promessas de murros e contra-murros nas montras do "ai se fosse comigo...". Mas recolhida essa mesa, somos, uma vez mais, pequeninos. Engolimos tudo, fazemos a digestão e abraçamos o amigo das costas rasgadas. Mas fechamos os olhos, que a carne ainda está ali bem viva.
Somos inertes. Queremos que o mundo mude, mas pela mão do outro, "que hoje não me ficava em caminho".
Para a próxima passem Nivea e dêem a outra face, mas à vossa mão.
E já agora, vasculhem o bolso de trás das calças.
Acordem.

By Bruno Nogueira in:Corpo Dormente

Sem mais nada a declarar,
Carlos Pina.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

As notícias que a Comunicação Social não dá...

Pois é, há notícias que não têm importância para a Comunicação Social, esta é uma delas:
IST BRILHA NA FORMULA STUDENT

A equipa Projecto FST do Instituto Superior Técnico ganhou no passado fim de semana o 1º prémio na categoria de Design da classe 2, durante a última edição da competição internacional de Fórmula Student SAE, que se realizou no circuito de Bruntingthorpe, em Inglaterra.


A equipa dos alunos do IST, única formação portuguesa presente na competição, colocou-se ainda em 2º lugar na classificação final da classe 2 e em 4º lugar na prova da classe 1, competindo entre 60 equipas. Na componente de duração e economia de combustível os estudantes nacionais atingiram o 2º lugar.

Mais uma vez, e pelo 4º ano consecutivo, o IST através do Departamento de Engenharia Mecânica, volta a destacar-se numa competição que congregou equipas dos vários continentes, nomeadamente de universidades de renome de países como os EUA, Reino Unido, Índia, Canadá, Alemanha, Finlândia, França, Espanha, Suécia, Itália, entre outros.

A Formula Student é uma prova para estudantes universitários que consiste na construção e design de um carro de corrida e pretende através da experiência no terreno, impulsionar futuros talentos da engenharia, não só no desenho e construção das viaturas, mas também na sua gestão ao nível do marketing e do pessoal, áreas tão vitais no mundo actual em todos os sectores profissionais.

As diferentes classes da competição indiciam o grau de experiência de cada uma das equipas, sendo a classe 2, onde o IST se destacou, para formações que se apresentem no mínimo com um veiculo de chassis completo. A classe 1 – onde os estudantes nacionais ficaram em 4º lugar, implica um carro totalmente construído pelos alunos.

A Formula Student é a mais importante competição do género que se realiza na Europa e tem por tradição desafiar as mais conceituadas universidades a competirem no design, manufacturação, gestão e comercialização dos veículos construídos pelos seus estudantes. O carro deve ser de baixo custo, de fácil manutenção e acima de tudo seguro. Outros factores importantes para a classificação, são o conforto e a estética, uma vez que os carros vencedores, poderão ser posteriormente comercializados.
in http://www.forum.pt/sections.php?op=viewarticle&artid=710

Parece que esta notícia não tem importância nem para as televisões, jornais, rádios, blogs, ou qualquer outro tipo de comunicação social...
Se um aluno tivesse morrido por se ter despistado com o carro, ai a coisa já mudaria de figura...

Relembrando Fernando Pessoa:

“Ora, porra!
Então a imprensa portuguesa é que é a imprensa portuguesa?
Então é esta merda que temos que beber com os olhos?
Filhos da puta!
Não!
Que nem há puta que os parisse.”
Álvaro de Campos

Abraços,
Carlos Pina, o Homem que dá notícia!