sábado, julho 22, 2006

O Carlos Pina morreu

Não há outra maneira de dizer isto.
Eu podia não ser tão directo, fazer uma pequena introdução, andar com rodeios, mas não vale a pena, esta é a verdade pura e dura: “ O Carlos Pina morreu”.
Aquele rapaz sonhador, ingénuo, que acredita no Pai Natal e no amor eterno deixou de existir dentro de mim.
Este blog foi criado para exprimir sentimentos que já não existem dentro de mim, para falar de coisas que agora já não fazem sentido. Para falar de e para pessoas que já não existem na minha vida. Tudo acabou, tudo deixou de ter sentido, até o Carlos Pina.
Mas isto não acaba aqui, como diria Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
Só há uma solução, tal como a Fénix: morrer e renascer das cinzas.
Esta é a melhor solução.
E é por isso que vou renascer noutro lado:
http://baixonivel.blogspot.com
No baixo nível vou poder dizer tudo aquilo que o meu novo eu sente, sem medo, sem “censura”, sem filtro. Porque o Pina não baixava o nível, não dizia ordinarices, era intelectual demais para isso.
No baixo nível vou poder expressar-me à vontade, dizer o que me apetece, criticar quem quiser, chamar nomes, insultar, por imagens rascas, pornográficas e repugnantes.

Para acabar tudo, ao bom nível do Carlos Pina, aqui deixo um soneto de Luís de Camões:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem – se algum houve – as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soía.


Vê-mo nos 7 palmos abaixo do chão em Baixo Nivel.
Carlos Pina, O Homem Morto.