quinta-feira, janeiro 06, 2005

Hoje fui almoçar

Titulo sugestivo: "Hoje fui almoçar?" Então e nos outros dias, não fui almoçar?
Fui, mas este almoço foi "especial".

Estava eu a estudar Matemática na Universidade com uns amigos meus, até que um deles telefona a uma rapariga para irmos almoçar à Baixa, pelos vistos chamava-se Catarina, lá alguma amiga dele, nenhum dos outros colegas quis vir almoçar connosco, pensei que essa tal Catarina fosse alguma amiga deles.
Fomos andando até ao local combinado e quando estamos a chegar não é que vejo "a minha Catarina", não, não era uma Catarina qualquer, era a minha Catarina, e perguntam vocês quem é a minha Catarina, a minha namorada adiantam-se vocês? Não, Wrong Answer!
(Para começar: alguém muito especial, que vos tinha omitido desde a criação deste Blog, talvez por ser pessoal de mais, talvez por querer esquece-la, talvez não sei...
Mas acho que hoje estou com vontade de o fazer, de vos revelar mais um bocadinho de mim, continuando...)

Quem é a minha Catarina, a minha namorada adiantam-se vocês? Não, Wrong Answer!

Ou melhor eu bem queria, ou melhor: eu bem quis, aqui à coisa de 3/4 anos, acho que senti qualquer coisa de especial por ela, e burrice das burrices, disse-lhe logo... Como vocês devem adivinhar, esta historia não teve um principio feliz, nem um principio teve. E durante um tempo(assim coisa pouca, 2 ou 3 anos...) relembrava-lhe isso todos os dias, não estava apaixonado, estava enfeitiçado, tinha-a elevado ao estatuto de Semi-Deusa, pensando que a vida era como um filme, uma novela, ou até um poema de Platão, definia o que sentia como Amor Platónico. Escrevia-lhe poemas, sonatas, gravava musicas dedicadas a ela (não à Catarina, mas sim à Semi-Deusa!).
E de dia para dia, de mês para mês, de ano para ano o "puzzle" ia se completando, a cada gesto seu, a cada palavra dita, o sentimento acentuava-se, o coração palpitava apressadamente e tudo parecia maravilhoso, não nunca namorei com ela, era como um "amor" unilateral que se calhar nem eu próprio queria partilhar com ela, era uma coisa inexplicável, e que nem eu consigo perceber, com tudo o que aprendi parece que o que mais perto existe do que sentia chama-se Amor, o monumental e portentoso Amor, parece uma orquestra comandada por Mozart no meu coração, grandioso e lamechas, ensurdecedora e melodica... Já não sabia se era eu que olhando para todos estes adjectivos aproximava o meu amor, ao Amor que lia e ouvia... Será que sem tanta "publicidade" ao amor, eu sentiria o mesmo? Será que se soubesse que nem todos os grandes amores acabam bem, teria me entregado sem certezas? Um salto a 7000 metros sem paraquedas e de olhos vendados, porque os únicos que ficaram para contar são os que sobreviveram... Será que não me podiam ter dito que havia hipóteses de tudo acabar num infinitésimo de segundo? Será que é isso que dá a "pica"? Que tudo pode deixar de existir a qualquer momento? Ou será ate que esta é a metafora correcta, afinal de contas não deixamos de viver quando o amor acaba, ou será que deixamos? Será que um verdadeiro amor acaba? Não será que nessa tal metafora, a adrenalina dura a vida toda? Porque simplesmente o fim da "pica" coincide com o fim da vida? E se é assim como poderemos distinguir uma coisa da outra? Se deixamos de amar quando morremos, e quando deixamos de amar, morremos? Como podemos falar do amor que acabou? Podendo contrapor que se acabou era porque não era amor verdadeiro? Estou confuso.. Vocês certamente ainda mais que eu...
Voltando ao almoço, tinha-a vislumbrado, e comentado com o meu amigo que sabe o que se passou entre nos, ou melhor: o que não se passou, disse-lhe: "Podias ter dito que era esta Catarina, não?", não me respondeu, ou a resposta não teve interesse porque não me lembro qual foi. Chegamos ela já estava à nossa espera, e disse que detestava esperar, tal como eu, que chego sempre às horas e aos minutos certos.. O mesmo não se pode dizer dela, não sendo no entanto a que se atrasa mais do grupo, essa ainda estava para chegar... Disse que inclusivamente quando estava a chegar tinha sido acediada por um "maluco" que lhe sussurrava ao ouvido, e que teve de lhe dizer: "Tenho de chamar a policia?", poderia ser eu, pensei, mas não o disse, ainda estava a "digerir" que ia almoçar com ela, que ia ter uma hora inteira para conviver com ela, o que normalmente não corria muito bem, eu fico sempre diferente ao pé dela, parece que qualquer substancia me paralisa todo o corpo com especial incidência no cérebro, tenho um completo "entrave" mental, o que em mim nunca acontece, não sou daqueles que costumar ter brancas em testes/exames ...

Apareceu-me aqui uma visita em casa... Perdi a "pica" e a inspiração toda... Conto noutro dia como correu o resto do almoço...

Até lá.. Façam previsões :P

Agora deixo-vos com uma nova tecnologia bloguista que consiste em dizer que musica estava a ouvir quando escrevi este texto:
O Problema de Expressão - Clã

Carlos Pina manda Abraços,
Com o coração feito em pedaços.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não costumas acabar o que começas? Deixaste este post a meio...

Carlos Pina disse...

Epá...

O problema é o seguinte:
Aquilo aconteceu naquele dia que postei, e só nesse dia é que estava com todos aqueles pensamentos e sentimentos a invadir-me...
E agora que já passou algum tempo é dificil escrever alguma coisa com sentimento, no maximo faço uma narrativa jornalistica e sem muito interesse...

Já agora, para fazeres essa pergunta deves-me conhecer.
Quem és?
Até posso fazer um pouco de chantagem:
Se me disseres quem és, acho que até penso duas vezes em continuar o relato... Que como já disse já não sinto qualquer motivação em faze-lo.

Abraços a ti e a todos os que me lêm e continuem a Comentar!
E mandem tambem e-mails!
Adoro ter feedback!

simao disse...

calculo que tenha sido engraçado deparar com a catarina assim do nada... cm correu? espero que tenhas aterrado.
abraço

Carlos Pina disse...

Simão: Não sei se ainda vais ver isto, até porque há posts mais recentes sobre o almoço :P

Epá, aterrar... Acho que foi uma aterragem de emergência daquelas com poucas excoriações mas que deixa marcas... Traduzindo, não podia ficar completamente bloqueado... Tive que ter uma reacção "à força", mas também se tivesse tido tempo para me preparar, a coisa não teria sido diferente...
Pode ser que noutra encarnação eu vá lá...
Abraços.